Iguarias da Dor
Zena Maciel
Diante do palco do dia
Lambo minhas feridas
Infecto a própria vida
com as iguarias da dor
No banquete da saudade
brindo goles de agonia
Na taça da noite fria
choro a morte do amor
Pobre amor estuprado
pelas ruas da paixão
que por medo de sofrer
assassinou a flor da ilusão
Virgem ilusão prostituída
pelo estóico coração
Nos bordéis dos sonhos
entregou-se à amante solidão
Recife -PE
Dissabores
Lenamais
No palco da vida
no dia a dia cicatrizo
feridas... lavando a alma
com gotas de perdão
Na soleira da saudade
contaminada por um passado abafado
que um dia aqueceu um amor
um amor... hoje em desalinho e mofado
Ah amor! sufocado, sucumbiu
em mares mortos emergiu
temendo a dor e abandono
atirou na lama a ilusão sem dono
tonta ilusão insana
domada por um débil coração
fiel aos prazeres das orgias
colheu apenas decepção
26.10.2006
(publicação com
autorização dos autores)