TRAPOS
E RETALHOS
Um dia... fui tua musa,
Sedas, linhos e rendas,
O meu corpo vestia.
No modêlo certo, na forma exática
Cada dia que surgia,
Uma nova cor me cobria,
Vestes finas e elegantes,
As curvas sobressaiam.
A transparência arteira era notada
pela sombra silênciosa e bela
Cada noite que apontava,
Um transparente novo,
Mostrando toda silhueta.
Fagulhas quentes
de minúsculas vestes, agora,
que se permetia perceber
A tarde um esvoaçante,
Alegre e colorido,
Deixando um ar travesso,
Estampado na face.
Quem diria em minha ira, iria
nos acontecer num lindo dia!!!
Hoje rasgastes as sedas,
Dos panos e retalhos,
fizestes trapos,
E a musa?
Boneca de trapos.
Como num teatro, pano arriado,
quem deu o espetáculo?
Quem será que fraudou o amado?
Nunanças de tempos rasgados...
Autora: Lenamais
&
Marcos Milhazes***